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O QUE É CULTURA POP?

Eliza Kobayashi






A morte do cantor Michael Jackson no dia 25 de junho de 2009 comoveu o mundo, que lamenta a perda de um artista que inovou na música, na dança, nos videoclipes e se destacou pelo seu jeito excêntrico de ser. A mídia deu bastante atenção ao assunto e clama o cantor como um dos maiores ícones da cultura pop mundial. Mas o que é, afinal, essa cultura de que tanto se fala? "Na verdade, ela tem origem na chamada Pop Art dos anos 60", diz Martin Cézar Feijó, professor do Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura, da Universidade Mackenzie. Ele explica que esse movimento surgiu diretamente das artes plásticas, mais especificamente ligado ao pintor e cineasta americano Andy Warhol, autor de pinturas de rostos de figuras famosas como as atrizes Marilyn Monroe e Elizabeth Taylor. "Trata-se de um tipo de arte que tenta reproduzir ícones dos meios de comunicação, em uma época que coincide com o auge do cinema e da televisão e com a explosão de certas bandas e artistas, como os Beatles".

Segundo o professor, a cultura pop foi emanada dos meios de comunicação em uma tentativa de dialogar com a arte erudita, desde a pintura e a escultura até a música, a dança e a literatura. "É uma representação artística que tem grande difusão na mídia e que aspira atingir um público cada vez maior", afirma o especialista. Apesar disso, ela não deve ser confundida com a cultura de massa. "É um estágio posterior. A pop já faz parte do universo das mídias individuais ou em rede. Essa individualidade, que tem um cunho massivo - e não de massa -, se refaz por meio de diferentes combinações que cada indivíduo ou consumidor é capaz de criar como novidade", explica Gelson Santana Penha, professor do curso de Mestrado em Comunicação da Universidade Anhembi-Morumbi.

Gelson esclarece que a cultura pop nasce em meio à explosão do consumo individual "e apaga as diferenças entre imagem e realidade, reprodução e original". É por essa razão, por exemplo, que o cantor Michael Jackson pode ser considerado um ícone da cultura pop. "Ele não é um exemplo para ninguém, isto é, ele tinha um tipo de existência que estava mesmo na 'Terra do Nunca', no plano da imaginação, da fantasia. E o pop é exatamente isso: ele é muito mais consumido do que vivido; é a arte dialogando com o consumo sem pudor", afirma Martin Feijó. Dentro desse contexto, outra importante característica da cultura pop é a de que ela alimenta produtos voltados para um público essencialmente jovem, exercendo influência sobre ele, principalmente na moda e no estilo. "Quando surgiu o grupo The Who, nos anos 60, houve um movimento de estilo de roupas coloridas e calças justas, que é um tipo de estética que influenciou muito os jovens daquela época", lembra o professor.

Na música, além de Michael Jackson, outros artistas também podem ser apontados como ícones do pop. "A grande referência foi Elvis Presley, o branco que cantava como negro, e que no Brasil 'contaminou' Roberto Carlos e Erasmo Carlos, ao mesmo tempo que contaminava John Lennon e Paul McCartney em Liverpool, na Inglaterra", destaca Martin Feijó. "Elvis, Beatles e James Brown são os artistas que antecedem Michael Jackson", completa. Os dois professores citam a cantora Madonna como outro grande ícone da cultura pop contemporânea. "Atualmente, toda manifestação cultural, como um desfile de escola de samba visto pela TV ou o Dalai Lama, tende a ser pop. A cultura pop desconhece a barreira cultural, por isso seu caráter planetário", finaliza Gelson Santana.



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Wikédia:

Cultura popular, cultura de massa é a cultura vernacular - isto é, do povo. Cultura Popular pode ser definida como qualquer manifestação cultural (dança, música, festas, literatura, folclore, arte, etc.) em que o povo produz e participa de forma ativa. 

Características

A cultura popular é o resultado de uma interação contínua entre pessoas de determinadas regiões e recobre um complexo de padrões de comportamento e crenças de um povo. Nasceu da adaptação do homem ao ambiente onde vive e abrange inúmeras aréas de conhecimento: crenças, artes, moral, linguagem, ideias, hábitos, tradições, usos e costumes, artesanatos, folclore, etc.

É o que diferencia e classifica um povo, é o que dá o tom e a cor a uma dada sociedade e abrange um modo de vida. Uma opinião amplamente sustentada é a de que a cultura popular tende a ser superficial. Os itens culturais que requerem grande experiência, treino ou reflexão para serem apreciados, dificilmente se tornam itens da cultura popular.

Ao contrário da 'cultura de elite', a cultura popular surge das tradições e costumes e é transmitida de geração para geração, principalmente, de forma oral. O conteúdo da cultura popular é determinado em grande parte pelas indústrias que disseminam o material cultural, como por exemplo as indústrias do cinema, televisão e editorais, bem como os meios de comunicação. No entanto, a cultura popular não pode ser descrita como o produto conjunto dessas indústrias; pelo contrário, é o resultado destas.

O mais importante na arte popular, ou cultura popular, não é o objeto produzido, mas sim o artista, o povo, a periferia, isso faz com que a arte popular seja contemporânea ao seu tempo.

“A obra de arte popular constitui um tipo de linguagem por meio da qual o homem do povo expressa sua luta pela sobrevivência. Cada objeto é um momento de vida. Ele manifesta o testemunho de algum acontecimento, a denúncia de alguma injustiça”

É ao mesmo tempo conservadora e inovadora, ligada a tradição, mas com os novos elementos que surgem com o tempo. A inspiração da cultura popular vem dos acontecimentos corriqueiros. Diferente da cultura erudita, que é aquela ensinada nas escolas, e que as vezes é vista como um “produto” e faz parte de uma elite.

Ao ver a cultura como algo amplo, sem ser um produto, chega-se a conclusão que toda cultura é por definição popular. Não existe cultura pertencente a um unico grupo social, toda cultura é baseada em fatos históricos sociais que implicam na formação cultural e na aceitação de valores e costumes.

Fontes

A cultura de massa tem múltiplas origens. É alimentada principalmente à custa das indústrias que têm lucros a inventar e promover material cultural. Entre elas, encontram-se a indústria da música popular, cinema, televisão, rádio, bem como editoras de livros e jogos de computador.

Uma segunda fonte da cultura popular, muito diferente da primeira, é o folclore. Inclusivamente, no mundo pré-industrial, a cultura de massa como hoje é entendida não existia, existindo, no entanto, uma cultura folclórica. Esta camada anterior de cultura ainda persiste na nossa sociedade, seja, por exemplo, em forma de anedotas ou de calão, as quais se espalham pela população de boca em boca, tal como sempre aconteceu.

Apesar de ser repetidamente mortificado pelos abastecedores de cultura comercial, o público tem os seus próprios gostos e nem sempre são previsíveis quais os itens culturais a ele vendidos que obterão sucesso. Este ponto forma outro ingrediente da cultura de massa. Por outro lado, as crenças e opiniões acerca dos produtos da cultura comercial são espalhados de boca em boca, sendo modificadas no processo, tal e qual como o folclore.

Uma fonte diferente de cultura popular são as comunidades profissionais que providenciam fatos ao público, frequentemente acompanhados por interpretação. Estas incluem os media de notícias, bem como as comunidades científicas e académicas. O trabalho de cientistas e acadêmicos é usualmente minado pelos media de notícias e é transmitido ao público com ênfase em pseudo-fatos com poder para impressionar ou outros itens com atração inerente.

Tanto os fatos acadêmicos como as histórias das notícias são modificadas pela transmissão folclórica, sendo por vezes transformadas em perfeitas falsidades, conhecidas por mitos urbanos. Por outro lado, muitos dos mitos urbanos não têm nenhuma origem factual e foram simplesmente inventados por diversão.

Feedback

Os trabalhadores criativos na música, cinema e televisão comercial - por exemplo, escritores de guiões (roteiros) - são, obviamente, eles próprios membros de uma sociedade cultural; na realidade, são, usualmente, membros totalmente inseridos naquela. Esse fato gera frequentemente um feedback, na medida em que a porção folclórica da cultura popular serve como uma alimentação da porção comercial. Por exemplo, os estereotipos sobre os homossexuais presentes na cultura popular podem ter uma influência importante nos filmes com personagens homossexuais. Por sua vez, isto pode originar um feedback, propagando os estereotipos, eventualmente de forma exagerada. Um exemplo mais inocente será o dos escritores dos guiões da série de desenhos animados Os Simpsons terem tido conhecimento da banda de música Kraftwerk pela boca de amigos e conhecidos - leia-se, folcloricamente - e ao mencionar a banda num dos episódios da série propagaram a fama deste grupo para milhões de outros indivíduos.

Estudos


Embora a cultura popular não seja particularmente prestigiosa, levanta uma série de questões importantes e interessantes, tais como o modo como se dissemina ou que características são necessárias para que um item em particular se torne parte da cultura popular.

Os estudos culturais populares são uma disciplina acadêmica que estuda a cultura popular. É geralmente considerada como uma combinação de estudos de comunicação com estudos culturais.

Teorias tradicionais

A sociedade de massas

A sociedade de massas formou-se durante o processo da industrialização do século XIX, através da especialização em tarefas, a organização industrial em larga escala, a concentração de populações urbanas, a centralização crescente do poder de decisão, o desenvolvimento de um complexo sistema de comunicação internacional e o crescimento dos movimentos políticos das massas.

Alan Swingewood escreveu em O Mito da Cultura de Massa (1977)[2] que a teoria aristocrática da sociedade de massas está ligada à crise moral causada pelo enfraquecimento dos centros tradicionais de autoridade, como a família e a religião. A sociedade prevista por Ortega y Gasset, T. S. Eliot e outros autores é uma dominada por massas filistinas, sem centros ou hierarquias de autoridade moral ou cultural. Nesse tipo de sociedade, a arte só consegue sobreviver se conseguir cortar as suas ligações com as massas, refugiando-se nos valores ameaçados. Ao longo do século XX, este tipo de teoria foi utilizada para distinguir a arte autônoma, pura e desinteressada da cultura de massa comercializada.

A indústria da cultura

À primeira vista, diametralmente oposta à teoria aristocrática, a teoria da indústria da cultura foi desenvolvida pelos teóricos da Escola de Frankfurt, tais como Theodor W. Adorno, Max Horkheimer e Herbert Marcuse. Segundo estes autores, as massas são dominadas por uma indústria de cultura que obedece somente à lógica do capitalismo.

A evolução progressiva

Uma terceira teoria acerca da cultura popular, influenciada pela ideologia liberal pluralista, é denominada frequentemente por evolucionismo progressivo e é mais optismista. Encara a economia capitalista como a criação de oportunidades para que qualquer indivíduo possa participar numa cultura completamente democratizada pela educação em massa, expansão do tempo de lazer e álbuns de música e livros baratos. Nesta visão, a cultura popular não ameaça a alta cultura, sendo uma expressão autêntica das necessidades do povo. Como escreve Swingewood (1977), neste caso não existe a questão da dominação da cultura.[2]

Estudos contemporâneos

Vestígios da teoria da indústria da cultura

Surge com a chegada da burguesia ao poder em alguns países capitalistas, como foi o caso dos EUA e Inglaterra. O modelo capitalista de cultura procurou meios para lucrar com uma cultura que ultrapassasse as fronteiras e atingisse o mundo, isso com a ajuda da tecnologia em franco desenvolvimento (imprensa, rádio, televisão, cinema), impondo assim uma cultura massificada para diversos povos com culturas distintas.

A cultura popular e a Wikipédia

A Wikipédia, escrita por editores em regime de voluntariado, inclui na quase totalidade das suas versões linguísticas, uma enorme quantidade de informação específica acerca da cultura popular contemporânea, com artigos sobre trabalhos individuais de cultura popular, os seus criadores, a sua tecnologia e os seus personagens de ficção. Tal ilustra que os participantes numa cultura popular - da qual fazem parte também os editores da Wikipédia -, retêm mentalmente uma grande quantidade de fatos e julgamentos estéticos acerca da cultura popular a que foram expostos. Ilustra também um dos valores da Wikipédia, uma vez que as enciclopédias tradicionais não contêm este tipo de informação, apesar da sua relevância indiscutível para compreender o estado contemporâneo da humanidade.
Referências
↑ AGUILAR, Nelson (org). Mostra do Redescobrimento: arte popular. In: BEUQUE, Jacques Van de. Arte Popular Brasileira, p. 71.
↑ a b SWINGEWOOD, Alan. The Myth of Mass Culture, London: Macmillan (tradução brasileira: O mito da cultura de massa, Rio de Janeiro, Interciência, 1978).
BARROS, Antonio Evaldo Almeida. 2007. O Pantheon Encantado: culturas e heranças étnicas na formação de identidade maranhense (1937-65). Dissertação de Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos. Salvador: PÓS-AFRO/CEAO/UFBA.
COELHO, Texeira. O que é indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 1993.
CHAUÍ, Marilena. Cultura e Democracia: o discurso competente e outras falas. São Paulo: Editora Moderna, 1982.
FÁVERO, Osmar (Org.). Cultura popular e educação popular: memória dos anos 60. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.
CASCUDO, Luís da Càmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 10ª ed., Ediouro, Rio de Janeiro.

4 comentários:

Anônimo disse...


olha cara não por nada mais já li esse texto em outro site. colar do coleguinha é feio

Eduardo Medeiros disse...

Deve ser porque eu tirei da wikipedia....e o primeiro texto tem o nome do autor. obrigado.

Anônimo disse...

esse teu ctrl C ctrl V ai foi bom hein

Anônimo disse...

Até que gostei, o seu site me ajudou.