Em 1982, o futuro batia firme na porta. Foi naquele ano que Hollywood abriu uma janela para a imaginação com “E.T. — O Extraterrestre” e “Blade Runner”; que o videogame Atari 2600 bateu a marca de dez milhões de unidades vendidas; que os CD-players (ou discos laser) foram lançados comercialmente; e que o Brasil via a chegada de uma gente fina, elegante, colorida e sincera nas canções de Lulu Santos e da Blitz. Mas um fato cultural de magnitude até então inimaginável haveria de iniciar sua saga antes que 1982 acabasse. No dia 30 de novembro, chegava às lojas “Thriller”, o segundo LP do cantor americano Michael Jackson em parceria com o produtor Quincy Jones. Quase 30 anos depois, ele permanece como o álbum mais vendido da História (algo como 110 milhões de cópias). Isso depois de ter feito de Michael o Rei do Pop, de ter revolucionado a indústria fonográfica, de ter inaugurado a era de ouro do videoclipe (numa MTV que nascera em 1981) e de ter estabelecido parâmetros artísticos e comerciais que o artista morto em 2009 passou o resto de sua vida tentando, em vão, superar. Leia matéria completa no Jornal O Globo
Pedro Miranda é um novo talento do samba brasileiro. Em 2009 lançou seu disco "Pimenteira". Mais informações sobre ele no seu site: http://www.pedrinhomiranda.com.br/ Aqui ele interpreta o clássico de Cartola, "O mundo é um moinho" Ainda é cedo, amor Mal começaste a conhecer a vida Já anuncias a hora de partida Sem saber mesmo o rumo que irás tomar Preste atenção, querida Embora eu saiba que estás resolvida Em cada esquina cai um pouco a tua vida Em pouco tempo não serás mais o que és Ouça-me bem, amor Preste atenção, o mundo é um moinho Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos. Vai reduzir as ilusões a pó Preste atenção, querida De cada amor tu herdarás só o cinismo Quando notares estás à beira do abismo Abismo que cavaste com os teus pés
Documentário dirigido por Izabel Jaguaribe, é um perfil afetivo do cantor, instrumentista e compositor. O filme mostra seus mestres e amigos, suas influências musicais e percorre sua rotina discreta e muito peculiar, em suas atividades e hábitos desconhecidos dos grande público. Mas a grande revelação vem das reflexões do músico sobre um único tema: o tempo. Em vários versos ele canta: "Só o tempo ajuda a gente a viver"; "Amor, repare o tempo enquanto eu faço um samba triste praa cantar"... Há ainda encontros musicais memoráveis com Marina Lima, Eltom Medeiros, Zeca Pagodinho, Marisa Monte e a Velha Guarda da Portela. O documentário tem uma hora e meia; para quem quiser ver tudo mais relaxado (altamente recomendado..rss) eu aconselho a baixar o vídeo doyoutube. Para baixar vídeos do Youtube use o programa Atube. Baixe o programa AQUI.
Nome consagrado do primeiro time da MPB em geral e do samba em particular, Paulinho da Viola nasceu no dia 12 de novembro de 1942, no bairro de Botafogo, no Rio. Filho do violonista César Faria, um músico respeitado nas rodas de choro, que tocou no famoso regional Época de Ouro, de Jacob do Bandolim, sua casa era palco de frequentes reuniões de chorões, entre eles algumas figurinhas carimbadas e assinadas, como o mestre de todos Pixinguinha. Ao longo dos anos 70, Paulinho gravou em média um disco por ano, ganhou diversos prêmios e se apresentou por diversas cidades no Brasil e no mundo. Já nos anos 80, gravou mais quatros discos e manteve-se como um dos principais nomes do samba no país. Nos anos 90, entrou numa nova fase, onde a imprensa e os críticos passaram a vê-lo como um músico mais sofisticado e maduro. Mesmo sem perder seu apelo popular, Paulinho gravou um de seus mais importantes trabalhos, Bebadosamba e montou o espetáculo homônimo. O trabalho de Paulinho hoje é visto como um elo entre diversas tradições populares como o samba, o carnaval e o choro, além de suas incursões em composições para violão e peças de vanguarda. Um dos maiores representantes do samba e herdeiro do legado de músicos como Cartola, Candeia e Nelson Cavaquinho mostra que está sempre se renovando e produzindo sem abandonar seus princípios e valores estéticos.
NO Centenário de Gonzaga, o Cultura Pop continua suas homenagens. Uma das minhas músicas preferidas(entre várias outras!) - Vida de viajante - e um poema de cordel que homenageia o Rei do baião.
A vida de Gonzaga em Cordel Meu caro amigo leitor Por favor, preste atenção Pois vamos falar agora Nessa nossa exposição Do grande Luiz Gonzaga O nosso Rei do Baião. Vamos cantar em cordel Cem anos do Gonzagão Homem forte e valente Que causa admiração Ele cantou o Nordeste Com muita dedicação. Vou contar uma história De um homem apaixonado Pelo forró, a safona O baião e o xaxado O grande Luiz Gonzaga Como ele é chamado. Nome completo é Luiz Gonzaga do Nascimento Ele nasceu no Exu Grande acontecimento Dia 13 de dezembro O dia desse momento. Mil novecentos e doze Foi o ano abençoado Nascimento de Gonzaga Esse artista arretado Pernambucano porreta Pelo Brasil consagrado. Quando era adolescente Passou a se apresentar Em bailes, forrós e feiras Onde ia acompanhar O seu papai Januário Com ele aprendeu tocar. Antes dos dezoito anos Teve a primeira paixão: Nazinha sua amada Moça lá da região Com amor e com carinho Conquistou seu coração. O pai dela o rejeitou O namoro, não queria O ameaçou de morte Foi grande a covardia Luiz Gonzaga então Quis mostrar, a valentia. Januário e Santana Descobriram o namoro Deram uma surra em Luiz E ele caiu no choro Revoltado e com medo Fugiu como desaforo. Gonzaga fugiu de casa No exército ingressou em Crato, no Ceará Pelo Brasil viajou E durante um bom período Soldado se transformou. Domingos Ambrósio foi Um grande acordeonista Que incentivou Gonzaga A ser um grande artista Ensinou os seus segredos Pra ser grande sanfonista. No ano de 39 Lá no Rio de Janeiro Ele deixou o Exército Como um bom brasileiro Passou a tocar sanfona Com repertório estrangeiro. Tocava nos cabarés Um tremendo retrocesso Em programas de calouros Também não teve progresso Quis voltar p'ro seu sertão Pois não achava o sucesso. No ano 41, Programa de Ary Barroso, Foi aplaudido de pé Começou ficar famoso Tocando o Vira e Mexe Um regional gostoso. Vira e Mexe é a primeira Música que ele cantou De sua própria autoria Com ela, se consagrou Lá na gravadora Victor 50 canções gravou. Depois de ser contratado Pela Rádio Nacional Pra cantar, tocar sanfona De forma sensacional Da rádio ele ficou sendo O artista principal. No ano 45 Luiz Gonzaga gravou A sua primeira música Um verdadeiro cantor No estúdio RCA Seu sucesso estourou. Asa Branca, o seu hino Sua principal canção Traduzida em várias línguas Conquistou toda nação Composta em 47 Por Humberto e Gonzagão. Luiz Gonzaga foi grande Compositor e cantor Sanfoneiro de primeira Homem de grande valor Que cantou nosso sertão Com carinho e com amor. Luiz Gonzaga é forró É xaxado e é baião Foi um grande sanfoneiro Cantou o nosso sertão Ele foi grande expoente De toda nossa nação. Foi um grande cantador Só cantava acompanhado Da sanfona, do zabumba Do triângulo ao seu lado Cantando o seu sertão E o seu Nordeste amado. Foi grande compositor De xaxado e de baião Exaltava o vaqueiro O temido Lampião Cantou para o Padim Cícero Pro nosso Frei Damião. No forró e no baião Gonzaga foi pioneiro Cantava com a sanfona Vestido como um vaqueiro Gonzaga pernambucano Nordestino, brasileiro. Zé Dantas foi seu parceiro Também Huberto Teixeira Juntos esses três fizeram Sucessos, grande carreira Hoje, os três fazem parte Da cultura brasileira. Sofrendo de osteoporose No Hospital Santa Joana Na cidade do Recife Capital pernambucana Morreu o Rei do Baião Calou-se sua sanfona. No dia 2 de agosto Do ano oitenta e nove Na cidade do Recife Vá à net e comprove Faleceu Luiz Gonzaga Todo mundo se comove. Vítima duma parada A cardiorrespiratória O seu corpo foi velado Com honradez e com glória Na cidade do Exu Tá gravada a sua história. Com sua sanfona branca E o seu chapéu de couro Com o manto do vaqueiro E o seu gogó de ouro Luiz Gonzaga foi rei Do Nodeste, um tesouro. Um dia, ele me disse Que queria ser lembrado Como um grande sanfoneiro Que durante seu reinado Amou e cantou seu povo Com baião, xote e xaxado. Que cantou os animais O amor, os cangaceiros Os padres, os retirantes As aves e os vaqueiros Os covardes, os valentes Do Nordeste brasileiro. Mas foi muito mais além Virou o Rei do Baião Amado em todo Brasil Na Europa, no Japão Respeitado em todo mundo Como o grande Gonzagão. Cantamos nesse cordel Cem anos de Gonzagão Esse bom cabra da peste Cantador do meu sertão Parabéns Luiz Gonzaga O nosso Rei do Baião. Carlos Soares da Silva Cupira, PE.