Projetos tentam reabilitar a imagem de Aracy de Almeida,
lembrada como a jurada ranzinza da TV
Às vésperas de seu centenário, biografia, programa de
rádio e espetáculos homenageiam a cantora favorita de Noel Rosa
Em algum momento esquecido dos anos 1980 (mas imortalizado pelo YouTube), Silvio Santos se vira para o júri do seu programa de calouros, simula gravidade e pergunta: “Aracy de Almeida, quanto vale o show das alunas da professora Cleusa Alvarinho?” Como é de costume, com uma expressão de quem tinha pouca paciência e enorme desconforto, a cantora favorita de Noel Rosa desfecha então à queima-roupa: “Vou mandar dez paus e estamos conversados!” Foi assim, como parte do folclore televisivo, que a Dama do Encantado viveria seus últimos dias e passaria à memória dos mais jovens. No entanto, às vésperas de seu centenário (que se completa na terça), amigos e admiradores cuidam para trazer de volta a outra Aracy. A sambista genial que gravou como ninguém os compositores dos morros, a antidiva (“uma pessoa que não se preocupa com brilho, com paetê, com lantejoula, que não quer saber de estrela na porta do camarim, que não tem carro com chofer”, como definiu Elis Regina). O canto brasileiro por excelência.
— Tomara que essa imagem da jurada de programa de calouros desapareça! — torce o jornalista Sérgio Cabral, amigo e produtor de vários espetáculos de Aracy, que em breve inicia o trabalho de pesquisa para uma biografia da cantora. — Ele era uma figura sofisticada, que conhecia a poesia de Drummond e Bandeira e que conversava com escritores. E na música, fosse Noel, Ary (Barroso, que lhe deu em 1939 o “Camisa amarela”, e que ela lançou com sucesso) ou mesmo Caetano Veloso (que fez para Aracy “A voz do morto”), ela sabia de tudo.
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